segunda-feira, 9 de maio de 2011

Retratos não transcendentais:
Mãos de imagens
Arranham céus.

CHUVA

Saudade em gotas.
Quero tudo ser!
Mas somente posso ser
Sonhos e saudades...
Borrão nalgum céu:
Me visto como estrela,
Vago, solitário...
Me vi... Mas tão enrugado e tristonho que fingi nem ver.

O POETA CEGO

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Engole lágrimas
Por tudo ver.
Estrelinha só:
Sonha com algum olhar
Do andar de baixo.
O sapo repousa.
Esquenta o lago com
Coaxos de rã.
Filósofos dormem:
Aristóteles sorri
Sonhos de Platão.
Passos de paisagem...
Se chocam contra o céu
Aves distraídas.
Sonho breve ferve
Dentro, lento, segue leve...
Floreia no céu!
Imagens na neve:
Meu rosto envelhecido
Na brisa tão leve.