quinta-feira, 14 de abril de 2011

Uma face que amanhece junto a sua é apenas um segundo. A inconstância, sim, é eterna.

NOITE NUBLADA

Não te preocupa. São apenas as nuvens abraçando as estrelas.

SÍTIO

O sol brilha em lamparinas que arranham o céu noturno e condensa... Um segundo sol ofusca o cantar de um grilo...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Hoje
Talvez
Quem sabe
De alguma forma
Hoje
Será
Hoje.
Quando a vi,
Vi a mim:
Um vazio de migalhas;
Uma migalha de vazios.
É uma força que meus anos não tem.
Os pássaros me acenam: adeus.
Não sou ranzinza!
Em minha cara,
Tristezas...
E uma lágrima ignorada pelo vento...

DA POETICIDADE

Absurdismos in significantes.

A LIBÉLULA

A libélula observa a tudo, estagnada. Pensa na liberdade de um vôo contraído no espelho de si mesma. Pois o absurdo está em tudo ver, tudo sonhar e as nuvens em nada mudar.

OUTONO

Folhas de sol em arestas mortas.
No sonho e no que a mim pertence
Dito algum momento de imprecisão
Dos modestos passos dados
A minha preciosa e minha solidão

ARRANHA-NUVEM

Pois na distância entre os dedos e o céu
Encosta e paira inquieta a palavra
Que foge, silenciosamente, por entre pensamentos:
Distantes... Arranham nuvens.
Pensei. E em cada grama dos meus passos, a sorte subvergente do laranja azulado de uma tarde relapsa. E vagava, por entre algodões, o meu pensamento: de céu em sonhos dado, colorido na solidão periférica de alguma multidão qualquer.
Corte as palavras e resta uma culpa sonora, sobexposta e recalcada. Pois o que sobra não cala, não sente: sobresonha. A realidade fica lá: ancorada em qualquer subjetivismo.
Sonhei: isso não basta?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Há, aqui, uma garota com olhares de mariposa:
Desfocados... penetrantes...
Ressentem contra os meus.
E com suas asas, repousa em meus braços...
Há, aqui, alguns olhos de solidão.
Na sala empoeirada, o amontoado de cadeiras.
O sol que beira fraco entre entrelinhas.
E num sono repousado, os olhos que a brisa fita
Sonham com um céu de veludo,
Onde tudo se perde na delicadeza transcendental
De um poema de Quintana.

MIRACULAR

É na imensidão de minhas vertigens que as pessoas passam a passos de paisagem.

domingo, 3 de abril de 2011

O apunhado de estrelas dos morros:
Brilho de gente apagada
Querendo seu pedaço de céu.
Nuvem. Pontos no céu.
A criança colhe sonhos no ar.
E descrevo a tudo isso com o mundo sob meus dedos fragilizados!

FELICIDADE...

Está lá fora, dentro de uma bolha, leve, perdida em sua distância...
O menino que repousa sonhos no ar.

A SALAMANDRA

Exercício de aula do Charles Kiefer,
em que se fazia necessário o uso de quatro das palavras:
épico, caderno, salamandra, magnólia, silhueta...

Linhas
A silhueta
Da salamandra
Sobre o caderno
Que inquieta
Afivelada
No corpo retorcido
Na tristeza do momento
Na cor inquieta mal reluzida
Na linha incerta da alma dorida
Que se abstrai de sua vida sentida
De auroras que raiam refletidas
Solitárias de uns pensamentos
Lamentos tormentos atentos
Prestativos e incongruentes
Enjuriados e abstratos
Que afivelam em si
A magnólia que ri
Em fraca luz
Na noite-luz
Distorce
Sonha-te
Flui-te
Até
Ser
-
te
.