quinta-feira, 20 de maio de 2010

Eu te olho...
Sou fraco...

Não sou o mesmo de antes.
Não fui o mesmo de hoje.

E na neblina,
Lá fora...

Olho além além além...

Silenciosamente...

Delicadamente...

Duas mãos que se entrelaçam
A vagar numa que outra estação.

sábado, 15 de maio de 2010

Não sei se acredito em valores.
Não sei se acredito em teorias.
Não sei se acredito em suposições.
Nem mesmo sei
Se acredito em acreditar.
De tudo o que me fora dito,
De tudo o que me fora dado,
Apenas esse recanto de solidão
Resiste ao tempo e ao vento.
Pois o que me há de mais precioso
É o fato de não me haver nada
Que me tenha valor.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

DA ETERNIDADE

Encosto minha cabeça
Na ombreira do tempo,
Onde espero...

(se o tempo passar, vou desequilibrar)
Da saudade, retiro essas palavras tão singelas
Que são como minha oração
Para que bem zele por esse pouco amor
Que resta ao coração.

Pois pegue minha mão,
O resto... não importa.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pois o tempo me limita
O uso das palavras
O uso dos meus erros
Em benefícios alheios
A imemorável culpa
A irrenegável honra
A honrosa derrota
Perante minhas horas
Meus medos
Meus zelos
Meus cuidados outrora poucos
Porém agora ousados
Minhas lágrimas árdidas
Espalhadas nas chuvas
Nos raios de sol
Nas horas inacabadas
Nos resquícios de tudo
Nas sobras de nada
Minha face corada
E mais pálida que a morte
Meus dedos tão frios
E mais quentes que o inferno
Minha lábia irreverente
Meu nascer inconcebível
Meu renascer
Meu morrer
Meu amanhã
Horas vagas
Solidão
Por que não?
Entender tão pouco
Entender demais
Enteder por menos
Por mais
Aflição
Reparação
Separação
Meu ciclo é assim
Passagem sem fim
Inadvertido
Subnutrido
De tão poucos avisos
De tão poucos alardes
E das respostas obtidas
Dos corredores da vida
Apenas uma mensagem:
A porta de entrada
É a mesma de saída

sábado, 8 de maio de 2010

Rabisco a letra inicial do teu nome
E sinto que, não importa qual seja,
Ela sempre forma uma só palavra:

solidão

26/04/2010 - 20:44

DA MORTE

Minha hora chega...
E eu, que fora inflexível com minhas futilidades,
Que fora incoerente com minhas necessidades,
Não sei no que pensar.
Não espero nada além de nada.
No vazio, na distância.
Na esfera inexistente
Dos meus sentidos

Irreparáveis

Inegáveis

Sonegados

Penhorados

Olvidados

quarta-feira, 5 de maio de 2010

DO CONFORTO

A sensação: conforto.
Perdidas sensações entre sentimentos ramificados,
Sólidos, densos, tristemente acolhidos
Por mãos tristes.
A sensação: conforto.

E mesmo sem saber ter sido,
As pessoas olham uma nas outras
Como a espelhos sem reflexos.

sábado, 1 de maio de 2010

Do que pensei em dizer...

Pensei em te dizer
Creio que agora não
Desnudas palavras minhas
Creio que uma oração

Mas cativa-me pensar
Que carrego em minha mão
Apenas lembrança
Nenhuma comoção

Pois sou o que era
E sei que sempre são
E nunca tão pouco só
Ser sem coração