segunda-feira, 4 de julho de 2011

Não foi assim que conquistei as minhas coisas...

Quartos de modelagens clássicas,
Cinzeiros,
Imagens
E solidão.

Não foi assim que conquistei as minhas coisas...

Mas é olhando ali, naquela rua, tão silenciosa que parece respirar o próprio silêncio,
Que algo a mais me aparece, me fenece, me apodrece, me excita e compartilha
Um crime, um momento, uma espera, um algo.
Compartilha como quem nada tem, pedinte de caridades.

Não é assim que se deve agir? Não é assim.

Não é assim que se deve ser? Não é assim.

Não é assim que... Pois ser ou não ser algo é a relatividade de se ponderar atitudes com ignorância.
Ou não...
Talvez...

Ser ou não ser algo é um princípio de saber ser-se.
Conhecer-se.
Pois só é quem realmente é. Quem realmente sabe... e é!

E eu não sou.
E aquelas janelas fechadas,
De outros olhos nunca vistos,
Sabem que eu não sou.
E os olhos da velhinha enrugada do quarto ao lado
Sabem que eu não sou.
Até mesmo amigos, tios, tias,
A amarrotagem dos anos chamada família
Sabe que eu não sou.

E se não sou, por que não ser?

Pois não há "ser" em tabacos acabados,
Páginas lidas, silêncios tragados,
Mortuários fechados e olhos lacrados.
Não há "ser" na distância do "ter".

Pois apenas tenho.

Apenas.



...............



E há penas
Que talvez não tenhas.

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