sábado, 10 de abril de 2010

Metalinguagem Inexistente

Se eu soubesse dar valor aos pequenos sentimentos,
Há muito teria premeditado essa inquietude...
Se eu soubesse dar valor a todos os lamentos,
Deixaria passar a vida com solicitude...

Pois se meus passos são outrora errantes,
Eu não saberia dizer o que vem antes...
E visto que na vida há tratantes,
Mercenários irrelevantes,

Eu me afundaria na amargura da tristeza
Para somente esconder o que me resta...
E no que me resta então de esperteza,
Tiraria o fardo que me pesa...

Pois a mão que te apóia inutilmente
É a mesma da vida que te fere,
E que pouco a pouco, docilmente,
Te ilude para que te recupere...

Mas se de tudo isso tão pouco e tudo
Um dia pudesse, por fim, restar,
Seria grato e faria um estudo
Do pouco que há a acrescentar...

Já que a filosofia é tão prática,
E a ironia raramente presente,
Que meu poema se perca, em estática
E transfigurada forma onipotente!!

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