domingo, 14 de março de 2010

Hoppipolla

É estranho se sentir assim? Não descobri ainda... Mas era uma pergunta capciosa e frequente. As pessoas poderiam não entender, mas eu bem entendia. O que eu tinha, materialmente, era muito pouco, mas o que, de fato, me restava, ainda tinha muito valor! Então, por que eu me sentiria estranho?
Vejo olhares tão avessos, tortos, como se eu fosse um animal perdido no meio da cidade! Mas não era assim que a coisa funcionava! Não era assim que eu funcionava! E eu não funcionava como o sistema!
Eu costumava andar pelas calçadas, no inverno, enquanto todos se protegiam em suas casas. E a cada nascer do sol o derreter da neve as poças que se formavam e os reflexos que nelas surgiam e minha face que a cada ano se deforma no reflexo da mesma poça...
Pois a cada pulo que eu dava, feito criança, sobre meu reflexo, sentia um alívio...

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