sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A menina. A flor. Elementos constitutivos de diferentes cenas, porém cenários iguais.
A menina contempla, distante. A flor é arrebatada pelo vento.
A menina sonha com o que está além de si. A flor conforta os pensamentos.

Os dois elementos vistos como aspectos meditativos apoiam-se um no outro, sem a necessidade do tato (e eis que me questiono da bestialidade humana por necessitar tanto do calor de um corpo sobre o seu para que se sinta seguro).

O que une estes dois seres são pequenas linhas invisíveis traçadas no ar: a do olfato e a da visão. Talvez a flor não se dê pela menina que a encara (não sei, talvez se dê: ignoro COMPLETAMENTE o que se passa na vida de uma flor). Essas são sensações de conforto que vão além da necessidade primária. Vão além do que é físico. Vão além do que é previsível.

E essa reciprocidade poética durará enquanto houver essa aliança contemplativa entre cada ser.

Até o primeiro contato...

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