terça-feira, 26 de outubro de 2010

[26 de outubro de 2010]

Duas silhuetas
Entrelaçadas no que tange o olhar
No que tange qualquer fragmento de olhar
Nos resquícios do tato do olfato do afago
Da presença em nada presente
Da conquista em nada atuada
Em palavras silenciosas
Em mãos saudosas de calor
Na presença tão doce ornamental
Que completa que preenche que suga a alma
Em recantos de um conforto desconfortável
Prazeroso em seus detalhes
Descuidado em saber cuidar-se
Zelando no que sabe ser seu
Na medida certa em proporção desmedida
No que honra o próprio orgulho desfragmentado
Um orgulho manchado e submisso
Em um beijo aspirado
Em um beijo marcado
Nas duas pequenas mãos aquelas mãos
Naqueles rostos encostados
Receosos de si mesmos
Amorosos por serem um
Aquelas mãos que dirão adeus
Talvez não
Talvez entrelacem na escuridão
Percam-se eternamente no que não é eterno

Por simplesmente serem duas silhuetas
Entrelaçadas no que tange o olhar

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